quinta-feira, 8 de agosto de 2013

TEATRO

O TEATRO DO ABSURDO NO BRASIL
O denominado TEATRO DO ABSURDO  teve seu início com a obra de Samuel Beckett, escrita, em francês, durante apenas quatro meses (de outubro de 1948 a janeiro de 1949), "En attendant Godot" (ESPERANDO GODOT, .   Segundo o próprio Autor, esse trabalho foi  o escape da "horrível prosa" a qual vinha trabalhando sem êxito. No meio de crises depressivas, o teatro poderia ser a solução: "minha vida estava muito triste, eu pensava que o teatro seria uma diversão".
A peça  foi escrita em uma fase delicada da vida de Beckett, ou seja em um perído  em que o irlandês se encontrava em profunda depressão, desencadeada pela frenética ingestão de álcool.
Publicada apenas em 1952 e encenada pela primeira vez em 1953, no Teatro Babilônia, um pequeno teatro parisiense, a recepção do público foi repleta de sensação de estranhamento. O próprio diretor da sua primeira montagem, Roger Blin, confessou não tê-la entendido na primeira leitura. Quando encenada, metade das pessoas que ocupavam os 200 lugares do teatro saíram  nos primeiros 30 minutos da peça. A peça, porém, foi um sucesso instantâneo, programada para ser encenada trinta vezes, permaneceu em cartaz por aproximadamente 400 apresentações.

Em 1953, Beckett traduziu a própria peça para o inglês com o título "Waiting for Godot".

ESPERANDO GODOT NO BRASIL.

A peça de Samuel Beckett estreou no Brasil, pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD-USP), com a direção de Alfredo Mesquita, em 1955. 

Porém a sua  primeira montagem profissional  só aconteceu em 1968, dirigida por Flávio Rangel., com Cacilda Becker no papel de Estragon.

e de seu marido Walmor Chagas, que fazia Vladimir.
 A  atriz, na segunda apresentação da peça, já um sucesso sem limites (isso em plena Ditadura Militar e sua censura ferrenha)  sofreu um aneurisma cerebral durante a apresentação do espetáculo e morreu após 38 dias em coma.

A comoção do público e do povo brasileiro em geral  na época foi marcante.  Conjecturou-se várias hipótese pelo grave incidente todas ligadas à repressão da ditadura  O ator Walamor Chagas, findo o trauma, e após vários meses, decidiu que em homenagem à sua esposa continuaria com a encenação. ESPERANDO GODOT . A peça,  não somente por esse fato lamentável, mas pelo teor de sua mensagem tornou-se um sucesso e um marco na dramaturgia no Brasil..  Após a peça, o teatro brasileiro alçou uma corrente de criação e interpretação  jamais imaginada.

SOBRE O AUTOR E SUA OBRA

Samuel Beckett nasceu numa família burguesa e protestante em 13 de abril em 1906.   

Ingressa no Trinity College de Dublin  (1923)  para se formar em Literatura Moderna, especializando-se em francês e italiano. Em 1928, meses após sua mudança para Paris, conhece JAMES JOYCE,

apresentado por um amigo em comum. Torna-se grande admirador do escritor, e sua obra posterior é fortemente influenciada por ele.

Após lecionar durante o ano de 1930 na Irlanda, Beckett volta no ano seguinte para Paris, fixando residência na cidade, e escreve sua primeira novela, “Dream of Fair to Middling Women” (publicada após a morte do autor, em 1993) Em 1933, Beckett retorna novamente a Dublin, pois, devido ao falecimento de seu pai, encarrega-se de cuidar de sua mãe.
Retorna a Paris em 1938, quando é marcado por dois acontecimentos de grande importância: fica gravemente ferido ao ser agredido por um estranho, que lhe desferiu uma facada no peito, e conhece Suzanne Deschevaux-Dusmenoil, com quem viveria o resto da vida e se casaria em 1961.
Depois da eclosão da Segunda Grande Guerra, vincula-se à resistência francesa, na ocasião da invasão de Paris pelo exército nazista, em 1941, juntamente com sua esposa. Durante os dois anos que Beckett esteve hospedado em Roussillon, ele indiretamente ajudou a Maquis (resistência francesa) a sabotar o exército alemão nas montanhas Vaucluse, embora ele raramente falasse sobre seu trabalho durante a guerra em sua  vida posterior.
  Afasta-se da resistência em 1942, quando ambos
( marido e mulher)  foram obrigados a fugir da França.

Samuel Beckett  morreu  em 22 de dezembro 1989, aos 83 anos, de enfisema pulmonar, exatamente cinco meses depois de sua esposa.   Foi enterrado no cemitério de Montparnasse.

A produção beckettiana foi um dos principais ícones do TEATRO DO ABSURDO que faz uma intensa crítica à modernidade.

Samuel Beckett  recebeu o Nobel de Literatura em outubro de 1969, enquanto em férias em Tunes com sua esposa Suzanne.   Prevendo que seu marido intensamente tímido e reservado  seria selado com a fama a partir daquele momento, Suzanne descreveu o prêmio como uma "catástrofe".

SUAS OBRAS

Eleutheria (1947; publicado em 1995)
En attendant Godot/Waiting for Godot (Esperando Godot) (1948; publicado em 1952)
Act Without Words I (1956)
Act Without Words II (1956)
Endgame (1957)
Krapp's Last Tape (1958)
Rough for Theatre I (fins de 1950)
Rough for Theatre II (fins de 1950)
Happy Days (1960)
Play (1963)
Come and Go (1965)
Breath (1969)
Not I (1972)
That Time (1975)
Footfalls (1975)
A Piece of Monologue (1980)
Rockaby (1981)
Ohio Impromptu (1981)
Catastrophe (1982)
What Where (1983)
Rádio[editar]
All That Fall (1956)
Embers (1959)
Rough for Radio I (1961)
Rough for Radio II (1961)
Words and Music (1961)
Cascando (1962)
The Old Tune (1963)
Televisão[editar]
Eh Joe (1965)
Ghost Trio (1975)
… but the clouds … (1976)
Quad I + II (1981)
Nacht und Träume (1982)
Cinema[editar]
Film (1965)
Prosa[editar]
Collected Shorter Prose 1945-1980 (1984)
As the Story Was Told: Uncollected and Late Prose (1990)
Romances e novelas[editar]
Dream of Fair to Middling Women (1932)
Murphy (1938; traduzida para francês, 1948)
Mercier and Camier (1946)
Watt (1953; escrita c. 1943; traduzida para francês, 1968)
Molloy (1951; original em francês; traduzida para inglês, 1955)
Malone Meurt (1951; traduzida para inglês como Malone Dies, 1956)
L'innommable (1953; traduzida para inglês como The Unnameable, 1958)
Comment C'est (1961; traduzida para inglês como How It Is, 1964)
Company (1980)
Ill Seen Ill Said (1982)
Worstward Ho (1983)
Ends and Odds: Plays and Sketches (1977)
Contos e textos breves[editar]
Assumption (1929)
Sedendo et Quiesciendo (1932)
Text (1932)
A Case in a Thousand (1934)
More Pricks than Kicks (1934)
Nouvelles et Textes Pour Rien/Stories and Texts for Nothing (1945-50)
Premier Amour/First Love (1945)
From an Abandoned Work (1954-55)
L'image/The Image (1958)
All Strange Away (19763-64)
Imagination Morte Imaginez/Imagination Dead Imagine (1965)
Assez/Enough (1966)
Bing/Ping (1966)
Sans/Lessness (1969)
Le Depeupleue/The Lost Ones (1970)
Fizzles (1973-75)
Heard in the Dark 1
Heard in the Dark 2
One Evening
As the Story was Told (1973)
La Falaise/The Cliff (1975)
Company (1980, adaptado para o teatro)
Stirrings Still (1988)
Nohow On (1989)
Ensaios[editar]
Proust (1931; publicado em 1989)
Disjecta: Miscellaneous Writing and a Dramatic Fragment (1983)
Poesia[editar]
Collected Poems in English and French/Coleção de Poemas em Inglês e Francês (1977)
Poèmes/Poems/Poemas (1979)
Collected Poems 1930-1978/Coleção de Poemas 1930-1978 (1984)
Referências
 McDonald, Rónán (ed). (2007), The Cambridge Introduction to Samuel Beckett, Cambridge University Press, Cambridge p17 a b c Samuel Beckett (em português). UOL - Educação. Página visitada em 21 de dezembro de 2012.
 Knowlson (1997) p304–305
 Knowlson (1997) p505.
Leitura adicional[editar]
Knowlson, James (1997). Damned to Fame: The Life of Samuel Beckett. New York: Grove Press